O Ministério Público estadual denunciou à Justiça quatro integrantes de uma quadrilha especializada em “grampos ilegais”. De acordo com a denúncia, o grupo era chefiado pelo inspetor de polícia civil José Maurício Fritz Bellini de Andrade, em sociedade com Geci Frias, Renato Cavalcanti da Silva e Marcelo Frias da Silva. Todos foram presos na manhã desta segunda-feira. A operação é resultado de uma investigação do MPRJ, com a participação da Coordenadoria de Inteligência (CSI) e apoio da Corregedoria Interna da Polícia Civil.
O subscritor da denúncia, Promotor de Justiça Alexandre Themístocles, requereu ainda a quebra de sigilo bancário dos denunciados. Também serão investigados os clientes que contratavam os serviços.
As investigações começaram no dia 14 de maio de 2010, quando Renato Cavalcanti foi flagrado por policiais civis no momento em que instalava um gravador em um poste da rede pública, em uma rua do Recreio dos Bandeirantes. Na ocasião, Renato usava uma camiseta com logotipo de uma empresa de telefonia.
De acordo com a denúncia, Geci Frias ocupava o cargo de coordenadora do escritório e era também a responsável por angariar clientes interessados nos conteúdos das escutas clandestinas. Renato Cavalcanti desenvolvia as “atividades de campo” da organização – instalava gravadores automáticos nas redes de telefonia fixa, monitorava as conversas interceptadas e substituía periodicamente os gravadores. Já Marcelo Frias era o responsável pela administração financeira e também auxiliava Renato na instalação dos aparelhos de escuta e transcrevia os diálogos para serem entregues aos aos clientes.
Desde 2005 os denunciados mantinham, em Copacabana, escritório de serviços de interceptações telefônicas. Eram oferecidos trabalhos que resultavam em extorsão e outras formas de obtenção de vantagens financeiras (espionagem industrial), além da produção de provas ilícitas em casos de infidelidade conjugal. Os serviços de gravações telefônicas e gravações sigilosas eram oferecidos em dois sites na internet.
Ainda segundo a denúncia, a quadrilha cobrava R$ 2 mil por 15 dias de interceptação telefônica. A ação criminosa era renovada por quantas vezes o cliente estivesse disposto a pagar pela violação da intimidade das vítimas.
“Enquanto eram realizadas as diligências necessárias à completa elucidação dos fatos, o chefe da quadrilha, valendo-se da condição de policial civil, tendo em pouca conta a busca da verdade real, acionou a Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Estado de Segurança Pública, intercedendo a favor de seus comparsas, de modo a embaraçar o trabalho de investigação”, diz trecho da denúncia.
Fonte: G1/Blog da Força Tática
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